Você está aqui
Home > Coluna > Documentação de procedimentos e rotina diária em vídeos

Documentação de procedimentos e rotina diária em vídeos

Vamos falar sobre “gravar vídeos de procedimentos clínicos”, sejam eles cirúrgicos ou não. Entrar no mundo da documentação videográfica parece ser complicado, mas com a prática do dia a dia, é possível tornar o processo fácil, se condicionando no que diz respeito a utilização de ferramentas básicas de softwares de edição de vídeo. Se você grava ou pretende gravar suas cirurgias e seus procedimentos de rotina em vídeo para inserção em aulas ou compartilhamento em grupos e redes sociais, o primeiro passo é entender que sua câmera e o programa de edição tem que “falar a mesma língua”, caso contrário os arquivos em vídeo são finalizados com qualidade inferior, com erros, cores saltadas e super saturadas e com aquela sensação de imagem “quadriculada (o BOC São Paulo tem um curso voltado para criação de conteúdo audiovisual de vídeos odontológicos. Você consegue ver informações neste link).

Todos nós sabemos que é um grande desafio registrar e documentar as suas atividades clínicas odontológicas – seja para adequar o seu ambiente de trabalho para filmagens e correta iluminação, seja pela edição e formatação do vídeo – que será apresentado em suas aulas, compartilhado em redes sociais ou apenas arquivado em acervo pessoal – com a devida qualidade das imagens.

Existem softwares de edição de vídeos para plataformas Apple, Windows, Android (sim, android), Linux (plataforma que o Android usa) e alguns personalizados usados pelos estúdios americanos para fazer filmes. Como eu acredito que você não tem a pretensão de ser um Steven Spielberg da vida e fazer filmes com efeitos especiais de ficção científica, vamos começar falando de um programa em plataforma Apple / MAC, que é o Final Cut. Te convido a conhecer algumas funções deste “cara” que pode ser um grande aliado seu na produção de conteúdo audiovisual cirúrgico / estético / documental em seus procedimentos (veja algumas dicas em vídeo neste link e também neste link). Como falei, a medida em que você vai trabalhando nas edições, você vai se condicionando a acessar as ferramentas corretas e, portanto, vai se condicionando a editar seus vídeos cada vez mais rapidamente e com mais qualidade.

Sobre as ferramentas básicas:

Na divisão dos módulos no software Final CUT, há um set básico de ferramentas que é o ponto de partida de início para se editar um vídeo. Veja na imagem:

Captura de Tela 2015-11-19 às 10.37.31

Como podemos notar, na frente de cada item, temos uma letra de atalho (para facilitar o trabalho na timeline de edição de nossos vídeos). As ferramentas mais utilizadas são a Select (A), Blade (B) e position (P). Os cortes são feitos com a ferramenta Blade, e os trechos a serem descartados são selecionados com a ferramenta Select. A ferramenta Position serve para posicionar os clipes de filme na timeline sem que um corte fique vinculado ao outro (coisa que o programa por si só acaba fazendo por definições de fábrica padrão).

Sobre as definições de criação de projeto, você precisa estar muito atento pois, é justamente aqui que entra o que comentei acima sobre a câmera e o programa “falarem a mesma língua”. Algumas pessoas não sabem, mas existem várias pré definições de gravação de vídeo. Ultimamente as câmeras vem de fábrica configuradas para gravar vídeos em 1080 linhas a 30 quadros por segundo. E o que é todo esse monte de números que acabei de falar? 1080 linhas é a resolução Full HD de imagem que as TV´s, computadores e telefones tem saído ultimamente de fábrica. Significa que uma imagem tem 1920×1080 pixels na tela (você sabe o que é pixels? Se não, explicarei o que é em um novo texto). 30 quadros por segundo é a quantidade de imagens processadas / gravadas por segundo. Isso vale para o aparelho que está reproduzindo e para o aparelho que está gravando. SE você for pensar que uma filmagem são várias fotos em sequência que geram o movimento, podemos dizer que temos 30 fotos a cada segundo passando na tela para nossos olhos. E o que acontece se você gravar um vídeo em 24 quadros por segundo e editar ele no programa a 30 quadros por segundo? Dentre os vários problemas que podem acontecer, o mais chato é a pixelização, que são falhas na imagem gerando algumas centenas de pequenos quadrados no seu vídeo, como comentei acima. Portanto, fique ligado na hora de criar seu projeto no final cut:

Projeto

Se você gravou a 30 quadros por segundo, ali em cima no “Rate” deve estar 30p. SE você gravou a 29,97 quadros por segundo, no Rate deve estar 29,97p, e assim sucessivamente.

Outro fator importante em sua edição que também tem um módulo muito bacana no final cut, é a correção de cor. Imaginando que você gravou um vídeo com uma iluminação amarela (incandescente), sua imagem, sobretudo tons de vermelho (como língua, gengiva e sangue) tendem a ficar mais saturadas e mais amareladas. Neste modulo abaixo do programa, você consegue compensar essa saturação fazendo correções em todas as variantes do vídeo ou em canais separados, como sombras, meio tons e super exposição. As correções separadas são ideias para casos em que a super exposição do amarelo por exemplo aconteceu apenas nas partes escuras ou neutras do vídeo, sem deixar sua cirurgia com aquele aspecto de “estouro” de brilho.

MOdulo de cores

Neste mesmo módulo, também é possível corrigir brilho, contraste e deixar seu vídeo preto e branco ou com aspecto de “filme antigo”. Só nesta parte de cores podemos fazer uma infinidade de combinações artísticas para a finalização de seu vídeo. Mas é muito importante salientar que estas correções de cor não “consertam” captações de imagens com iluminação incorreta. Portanto, se você tem uma luz fluorescente que já está velhinha, meio “roxa” e caída, fraca e etc, não espere conseguir tons rosados na gengiva com esta ferramenta. É importante ter uma correta iluminação em seu ambiente de gravação. Mas sobre isso, falarei no próximo texto. Logo mais abordarei também outros tópicos relacionados à gravação de vídeos cirúrgicos por aqui.


pachecoRodrigo Pacheco é publicitário, Gestor de Tecnologia e produtor de vídeos cirúrgicos da Biblioteca Virtual do BOC São Paulo; Video Maker de cirurgias da Clinica Brånemark Center;  Graduado em Publicidade e Propaganda pela Uniube-MG e Pós Graduado pela FGV em Comportamento de Mercado

Facebook: https://www.facebook.com/rodrigopatcho
email: rodrigo@bocsaopaulo.com.br

Deixe uma resposta

Topo